
O mercado americano pode cair mais 20%, alerta Fink, da BlackRock
Os ventos no mercado de ações americano podem estar prestes a piorar. O CEO da BlackRock, Larry Fink, fez um alerta contundente: as bolsas dos EUA ainda podem recuar até 20%, impulsionadas pela escalada tarifária do presidente Donald Trump. Com os mercados já abalados, Fink acredita que é hora de pisar no freio, antes que as consequências econômicas se tornem incontroláveis.
Para o executivo à frente da maior gestora de ativos do mundo, os novos e amplos impostos sobre importações — abrangendo praticamente todos os produtos estrangeiros — têm o potencial de desencadear uma queda acentuada nos mercados. Ele não hesita em classificar a atual política comercial do governo americano como uma ameaça real à estabilidade econômica.
Segundo Fink, muitos líderes empresariais já operam sob a suposição de que os Estados Unidos entraram tecnicamente em recessão — e esperam um agravamento do cenário nos próximos meses. As tarifas, argumenta ele, podem gerar uma alta inflacionária ao encarecer produtos importados, criando um ciclo perigoso tanto para consumidores quanto para investidores.
Ainda assim, o CEO da BlackRock tenta manter uma visão de longo prazo: não vê a correção atual como um colapso definitivo, pelo menos por enquanto. Para ele, os mercados devem se recuperar com o tempo. O risco maior seria o país perder seu papel de protagonista no sistema financeiro global — um posto que confere não apenas influência internacional, mas também confiança dos investidores.
Um dado que Fink destaca é particularmente revelador: 62% dos americanos hoje investem em ações. Isso significa que a volatilidade das bolsas não se restringe mais à elite de Wall Street — ela afeta diretamente o bolso das famílias em todo o país. E, caso essa instabilidade persista, o consumo interno poderá sofrer, ampliando o enfraquecimento do crescimento econômico dos EUA.
Enquanto isso, na Casa Branca, o clima é de aparente despreocupação. De acordo com a Bloomberg, fontes próximas ao governo afirmam que Trump tem se mostrado cada vez mais indiferente às críticas e pouco inclinado a mudar de rumo. Já o site Politico revelou que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, tentou intervir recentemente, pedindo ao presidente que explicasse de forma mais clara os objetivos de longo prazo por trás das tarifas. Bessent estaria preocupado com a reação negativa dos mercados — e temendo que o pior ainda esteja por vir.