Ações da Samsung caem para o nível mais baixo em quatro anos devido a temores de tarifas
O mercado de ações enfrenta um momento de grande turbulência, com muitos analistas atribuindo a volatilidade às incertezas sobre as políticas do recém-eleito presidente Donald Trump. No entanto, a situação se revela mais complexa do que aparenta, e o mais prudente, por enquanto, é acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.
No dia 13 de novembro, as ações da Samsung Electronics, maior fabricante mundial de chips de memória, despencaram para o nível mais baixo em quatro anos, pressionadas por temores relacionados ao impacto de possíveis tarifas impostas pelo governo Trump.
Essa queda colocou a Samsung no pior desempenho entre os fabricantes globais de chips, como TSMC e Nvidia. Em 2024, a empresa ficou atrás das concorrentes devido ao aumento da demanda por chips de inteligência artificial, segmento em que perdeu espaço.
As ações da Samsung, maior empresa da Coreia do Sul em valor de mercado, registraram sua quarta queda consecutiva, com uma desvalorização superior a 4%. Esse foi o declínio mais acentuado desde 24 de junho de 2020. Simultaneamente, o índice KOSPI, que abrange o mercado sul-coreano, recuou quase 2,5%.
Desde o início de 2024, as ações da Samsung acumulam uma queda de 34%, posicionando-se para aquele que pode ser seu pior desempenho anual em duas décadas, segundo especialistas.
Lee Min-hee, analista da BNK Investment & Securities, alerta que possíveis tarifas sobre as importações chinesas sob o governo Trump poderiam impactar severamente a Samsung, que depende significativamente de seus clientes na China. Em contraste, a rival SK Hynix se beneficiou da crescente demanda por chips avançados de servidores de IA, fornecidos a empresas dos EUA como a Nvidia. Este ano, as ações da SK Hynix subiram 32%, enquanto a Nvidia teve um aumento impressionante de 199%.
Greg Noh, analista da Hyundai Motor Securities, aponta que Trump já havia sinalizado a intenção de aplicar uma tarifa universal de 10% sobre todas as importações, além de uma tarifa de 60% especificamente para produtos chineses. Essas medidas poderiam reduzir a demanda global por eletrônicos. Na semana passada, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, manifestou preocupação com o impacto potencial dessas tarifas, alertando que concorrentes chineses poderiam reduzir preços de exportação, agravando ainda mais o cenário para fabricantes sul-coreanos de chips no mercado externo.