Ontem, os futuros do índice de ações dos EUA despencaram, ampliando o movimento de baixa. Durante o pregão asiático de hoje, os contratos futuros do S&P 500 subiram apenas 0,1%, enquanto o NASDAQ, de alta tecnologia, subiu 0,2%.

A venda de ações se espalhou pela Ásia depois que o presidente Donald Trump prometeu impor tarifas aos parceiros comerciais, levantando o espectro de uma guerra comercial que poderia prejudicar o crescimento econômico global. O rendimento dos títulos do Tesouro dos E.U.A. caiu para seu nível mais baixo em mais de quatro meses.

Os investidores entraram em pânico, vendendo ativos sensíveis ao comércio global e migrando para portos mais seguros, como o ouro. As preocupações com uma guerra comercial iminente ofuscaram os relatórios positivos de lucros corporativos e os dados econômicos que haviam impulsionado a recente recuperação do mercado acionário.

A escalada das disputas comerciais pode perturbar significativamente as cadeias de abastecimento globais, reduzir a rentabilidade das empresas e sufocar os investimentos. As economias fortemente dependentes das exportações parecem particularmente vulneráveis. Com o agravamento dos temores de uma guerra comercial, os bancos centrais também podem ser pressionados a aumentar as taxas de juros, enfraquecendo ainda mais o já frágil crescimento econômico em diferentes regiões.

As ações asiáticas caíram para o nível mais baixo em um mês, após o S&P 500 registrar a maior queda do ano. Ontem, o presidente dos EUA anunciou que México e Canadá não conseguiram negociar um adiamento das tarifas que entrarão em vigor hoje. Trump também assinou uma ordem que duplica as tarifas sobre a China para 20%. O petróleo caiu para seu nível mais baixo em três meses, e um índice dos 100 maiores tokens digitais também recuou.

Os mercados esperavam mais espaço para negociações, potenciais prorrogações ou novas discussões, mas essas expectativas não foram atendidas, desencadeando outra onda de vendas.

Trump declarou ainda que novas tarifas sobre o Canadá e o México entrariam em vigor na terça-feira, desferindo um golpe nos dois maiores parceiros comerciais dos EUA e destacando seu compromisso de reformular o comércio global. As tarifas, há muito prometidas, estão prestes a se tornar das mais significativas durante a administração de Trump, abrangendo aproximadamente 1,5 trilhão de dólares em importações anuais.

Além disso, Trump anunciou na segunda-feira que os EUA imporiam tarifas sobre produtos agrícolas estrangeiros a partir de 2 de abril, acrescentando mais uma camada de barreiras comerciais aos bens importados. No entanto, ele não especificou quais produtos seriam afetados ou se haveria exceções.

No fechamento das negociações de ontem, o índice S&P 500 recuou 1,8%, enquanto o NASDAQ registrou uma queda de 3,1%. O dólar canadense e o peso mexicano também se desvalorizaram. O mercado de criptomoedas sofreu vendas significativas de ativos. No setor de commodities, o petróleo manteve sua trajetória de queda, aproximando-se de uma mínima de três meses, após a OPEP+ confirmar os planos de retomar a produção anteriormente interrompida. O ouro, por sua vez, estabilizou-se após os ganhos do dia anterior.

Em relação à perspectiva técnica para o S&P 500, o movimento de baixa persiste. O principal objetivo dos compradores hoje é romper a resistência mais próxima, situada em US$ 5.877, o que sustentaria o crescimento contínuo e abriria caminho para um avanço até US$ 5.897. Além disso, será crucial para os investidores de alta manterem o controle sobre o nível de US$ 5.915, fortalecendo suas posições.

Caso o mercado siga em queda devido à redução no apetite por risco, os compradores devem se posicionar em torno de US$ 5.854. Um rompimento abaixo desse patamar poderia rapidamente empurrar o índice de volta para US$ 5.833 e, posteriormente, abrir caminho para US$ 5.813.